O Motorola Razr D1 é um modelo de baixo custo, classificado como um smartphone de entrada quando comparado com outros modelos que também rodam Android, lançado com exclusivamente no Brasil, em março desse ano, acompanhado do seu "irmão" mais parrudo, o Razr D3.
Equipado por um processador ARMv7 com um núcleo de 1 GHz, 1 GB de memória RAM, display de 3,5" com resolução de 320 x 480 pixels, Wi-Fi, bluetooh, GPS, rádio FM, bateria de 1785 mAh, armazenamento interno de até 2 GB (com possibilidade de expansão através de um cartão micro SD), câmera traseira de 5 MP, e suporte para dois SIM cards, rodando Android Jelly Bean na versão 4.1.2, contando com a garantia da própria Motorola ao suporte para a próxima versão do sistema, a 4.2. Os preços variam entre R$ 439 e R$ 539 reais, dependendo da versão.
É um aparelho fino e leve, medindo 5,9 cm (largura), 11 cm (comprimento), 1,1 cm (espessura) e pesando 110 g, disponível nas cores preta ou branca. O aparelho é confortável e prático de segurar, o que ajuda no uso, além de não incomodar enquanto está sendo carregado no bolso de um calça jeans, por exemplo.
Alguns comentários e a fama que a Motorola sempre possuiu quanto a perda de qualidade durante as chamadas de voz deixaram dúvidas sobre a compra, apesar da empresa ter garantido uma melhora nesse quesito durante o lançamento. Mas felizmente, todas as chamadas realizadas com o modelo não apresentaram problemas de ruído ou perda de qualidade, sendo esse um ponto positivo para o aparelho, assim como para a marca.
O Razr D1 faz juízo a própria configuração, pois dificilmente ocorrem engasgos durante o uso, respondendo rápido em todos as funções realizadas, como instalação e navegação entre os aplicativos, abertura e consulta aos arquivos, assim como a execução de músicas e vídeos. A bateria também é eficiente, considerando que tenho o hábito de ativar a rede de dados, Wi-Fi e GPS somente quando necessário, dessa forma, a autonomia chega entre 4 e 5 dias longe da tomada. Entre esse período, é possível dividir o uso das redes móveis em torno de 2 horas por dia.
Apesar dessa ser a minha terceira experiência com um modelo rodando
Android, pois a primeira foi com o
Motorola Charm (MB 502) alguns anos atrás e a segunda foi com um tablet
Lenovo IdeaPad A1, o qual ainda acabo recorrendo quando preciso, a exigência falou mais alto, e acabei percebendo uma série de inconveniências durante o uso do modelo, agredindo a experiência e causando estresse em algumas situações.
As principais delas fazem referência ao teclado. Apesar das dimensões apertadas da tela possuírem grande parte da culpa, o espaçamento entre as teclas e mesmo o tamanho de cada uma delas, acaba sendo um grande incômodo durante a digitação. Digitar rápido é quase impossível, sendo comum esbarrar em uma ou outra tecla por acidente. O cursor de navegação entre as palavras do texto digitado não é nada sensível, apesar de ser uma característica do Android, mas ao mesmo tempo podendo ter relação com a sensibilidade e interação da tela, sendo trabalhoso navegar entre os caracteres já inseridos, no intuito de alterar o que já foi escrito. O espaçamento ente o teclado e os botões capacitivos também incomoda, pois não é raro escorregar os dedos até
algum dos botões, saindo da aplicação corrente, principalmente quando a intenção é "pressionar" a tecla de espaço.
Comparando os teclados: iPhone 3GS e Razr D1
A resolução da tela também não ajuda muito, causando um certo "serrilhado" na borda de alguns ícones e aplicativos, unido a baixa nitidez que algumas vezes fica explícita ao olhar para a tela.
A câmera do aparelho, apesar da resolução de 5 MP, deixa a desejar. Nem tanto pela falta do flash, mas dependendo da luminosidade, mesmo com a função BSI (Back Side Illumination) presente, algumas fotos perdem muita qualidade e a opção de foco automático poderia ser mais eficiente.
Foto registrada com a câmera do Razr D1
Como citado anteriormente, o aparelho não causa incomodo no bolso da calça, mas ajudaria se os botões de "power" e regulagem do volume fossem no outro lado, pois caso seja necessário ajustar o volume enquanto você está andando e o aparelho está no bolso, é incomodo, pois ao contrário de outros aparelhos que já usei, os botões do D1 ficam para o lado de dentro da perna, dificultando um pouco mais o ajuste.
Claro que nenhuma dessas "críticas" condenam o uso do aparelho, e muitas vezes ainda varia da percepção de cada um. No entanto, talvez o que tenha causado uma pior impressão da minha parte, foi deixar um iPhone 3GS, o que na minha opinião é um excelente aparelho, apesar de obsoleto e o sistema já apresentar uma certa lentidão, para usar um modelo, nem digo mais simples ou básico, mas quem sabe, genérico. Como diria um amigo, no iOS você chega e apenas usa, enquanto que no Android precisa fazer algumas configurações, principalmente para pessoas chatas, o que é o meu caso. Não tenho reclamações quanto a experiência que tive com o Android 2.1 no Motorola Charm, alguns anos atrás, ou mesmo com o Android 2.3 no IdeaPad, mas o iOS acabou fazendo com que eu ficasse mais "acomodado", unindo ao design do aparelho que não reflete reclamações.
Outra situação quando acabei ficando frustrado, apesar de ser por culpa da minha "bocabertice", foi não encontrar a função de TV analógica / digital no aparelho, sendo que eu havia lido alguns reviews que comentavam essa disponibilidade. Mas o que eu não sabia é que a Morotola segmentou esse aparelho em três versões, definidas como XT915 (opção para apenas um SIM card), XT916 (opção para dois SIM cards) e XT918 (opção para dois SIM cards e TV analógica / digital).
Apesar dos pesares, o D1 é uma boa opção para quem procura qualidade e não está disposto a pagar muito. Esse modelo acabei comprando em uma loja da TIM, mas desbloqueado. É possível também adquirir na maioria das magazines, desbloqueado e sem vinculo com operadora alguma. Mas ao menos no caso da TIM, não encontrei nenhum tipo de customização perceptível no Android por parte deles, coisa que é rara quando um aparelho é adquirido na operadora.