domingo, 27 de julho de 2025

Como funcionam os pedágios para turistas no Uruguai?

Recentemente fiz uma viagem de carro para o Uruguai com meu irmão e minha esposa. Como estávamos em dúvida sobre o funcionamento dos pedágios no país vizinho, ainda no Brasil, pesquisamos e descobrimos que o pagamento dos pedágios é feito utilizando um aplicativo chamado Telepeaje. O turista pode baixar o aplicativo e utilizar uma opção chamada "Pase Turista". Alternativamente também é possível acessar o recurso diretamente pelo navegador de internet, acessando o endereço https://telepeaje.com.uy/paseturista

O cadastro no "Pase Turista" é rápido e requer informações como número do documento (ex. CPF ou passaporte) e a placa do veículo. Após submeter os dados, basta aguardar, pois um E-mail será enviado contendo os dados para acesso ao aplicativo (usuário e senha) – para autenticar e colocar crédito, depois que o período do "Pase Turista" estiver expirado. O "Pase Turista" permite a passagem por até 6 pedágios diferentes em um prazo de 24 horas sem a necessidade de ter crédito no aplicativo. O intuito é permitir que o viajante tenha tempo para realizar o pagamento dos débitos e fazer uma recarga após chegar no seu destino dentro do país.

Para baixar o aplicativo, basta pesquisar na App Store ou Google Play por "telepeaje uy"

IMPORTANTE: Se você estiver viajando no fim de semana e cadastrar o "Pase Turista" no sábado ou no domingo, talvez receba os dados para acesso apenas na segunda-feira. Pelo menos foi o que aconteceu conosco. Não sei afirmar a razão para isso, mas aparentemente é necessária uma ação humana ou manual – por parte do Telepeaje – que só é feita em dias úteis.

Para realizar o cadastro, basta clicar em "Pase Turista" no canto superior direito da tela

Após autenticar no aplicativo, a recarga pode ser feita com o cadastro de um cartão de crédito, e para isso, utilizamos o Wise com pesos uruguaios, o que funcionou muito bem. Entretanto, acredito que deve funcionar também com qualquer cartão de crédito internacional.

Tela de início do aplicativo

Os pedágios no Uruguai têm um preço médio de 156 pesos (UYU). No nosso caso, no trajeto entre Rio Branco e Punta del Este, passamos por um pedágio. Depois, entre Punta del Este e Montevideo foram dois pedágios. E por fim, entre Montevideo e Colonia del Sacramento foram mais dois pedágios. Ao ler a FAQ do Telepeaje, eles falam sobre a aquisição de uma tag – assim como dos pedágios brasileiros. Ao pesquisar, em artigos de outros blogs, li que a tag poderia ser adquirida diretamente nas praças de pedágio. Contudo, quando passamos por estes lugares, pareceram ser estilo self-service. Em algumas cabines, até existem pessoas dentro, mas as janelas ficam fechadas e eles não falam com a gente. Dessa forma, não adquirimos a tag, mas também não tivemos problemas com o reconhecimento sendo feito apenas pela placa do veículo. Embora que se tivéssemos a tag, é provável que poderíamos ter passado sempre pela cobrança automática (apesar que em um dos pedágios que passamos só havia a opção de cobrança automática e o Telepeaje funcionou normalmente!), mas a passagem pelas cabines de Telepeaje foi rápida e não enfrentamos filas. Sendo assim, acho desnecessário ter a tag.

Pedágio no Uruguai: Como esqueci de tirar uma foto, essa é do site Ámbito e retrata bem como são esses lugares

Vale lembrar que antes da viagem, li também que os pedágios no Uruguai não aceitam pagamento com dinheiro – o que faz todo o sentido, pois como falei, não há interação com os funcionários – mas apesar disso, aceitariam pagamento com cartão. Embora talvez tenha essa possibilidade, o Telepeaje funciona tão bem que não vale a pena arriscar.

sábado, 12 de julho de 2025

Sempre carregava um disquete estragado na mochila

Dias atrás eu lembrei de um fato curioso e engraçado da época da escola. Tinha um colega que faltava muito nas aulas e por isso quase nunca sabia sobre provas e trabalhos. Ele era muito inteligente e nas provas – mesmo quando pego de surpresa – conseguia se sair muito bem. Mas nos trabalhos ele não tinha muita saída. Precisava ter feito algo antes.

Você sabe o que é um disquete?

Como na época já havia a opção de entregar trabalhos digitados no computador, a estratégia dele era simples: tinha sempre um disquete estragado na mochila. Quando questionado sobre o trabalho, ele dizia que tinha salvo no disquete. Algumas vezes ele conseguia convencer os professores a levarem o disquete para terem acesso ao suposto trabalho – que obviamente não conseguiam abrir – porque o disquete não funcionava. Em outras ocasiões, ele dizia que precisava imprimir ou de alguma forma transmitir o arquivo, e quando os professores acompanhavam ele até o laboratório de informática ou até o computador da sala dos professores, claro que não abria coisa alguma com aquele disquete. 😅

P.S.: Para a galera da Gen Z, um disquete é um tipo de dispostivo de armazenamento, muito popular nas décadas de 80, 90 e início dos anos 2000. Os disquetes mais "modernos" de 3,5 polegadas tinham o poder de carregar até 1.44 MB de dados. 🧐

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Era só formatar um pendrive

Era sábado de manhã. Eu ainda nem havia saído da cama quando a @bibspotter abriu a porta do quarto e disse: "Acho que fiz uma merdona no computador.". Ela explicou que espetou um pendrive na USB e queria formatá-lo, mas acidentalmente acabou formatando a partição de dados do notebook.

Dispostivos e unidades

Na época em que eu trabalhava como técnico em informática, já havia tentado – quase sempre de forma não muito bem-sucedida – a recuperação de arquivos em unidades e discos corrompidos. Não é um trabalho simples. Tanto é que existem empresas especializadas que fazem o serviço de recuperação de dados e cobram muito bem por isso. Os arquivos perdidos pela Bibs consistiam nos trabalhos de fotografia que ela estava editando. Felizmente ela tinha em outros locais – um deles o próprio cartão de memória da câmera que ainda não havia sido apagado – backup das fotos originais dos clientes. No entanto, todas as horas de edição que ela já havia dedicado – e que não eram poucas – além de vários outros trabalhos já concluídos – estavam na partição formatada. O software de edição Adobe Lightroom gravava seus catálogos de edição na unidade de dados do computador.

Foi quando iniciamos nossa saga em busca da recuperação dos arquivos. Ela parou de utilizar o computador imediatamente após ter cometido o erro. Sendo assim, desmontei a máquina e removi o SSD para executar o processo de recuperação em outro computador. Achei mais conveniente do que fazer na própria instalação do Windows que executou a formatação.

Porém, ainda não sabíamos qual software utilizar na tentativa de recuperação. Pesquisando um pouco, encontrei esse vídeo do canal MW Informática no YouTube com um ótimo comparativo entre os softwares de recuperação de dados, sendo eles pagos ou gratuitos. Fiquei preocupado porque nas análises feitas pelo Miguel – autor do vídeo – ele não conseguiu recuperar nada que estivesse em SSDs, mas apenas em HDs ou pendrives. Pelo que ele comenta no vídeo, a probabilidade de recuperar dados excluídos de um SSD é menor devido a um recurso do próprio Windows que "limpa" a área de armazenamento afetada. Entretanto, precisávamos tentar. Apesar de aparentemente simples – e gratuito – decidimos utilizar o Recuva. Pelo site não está sendo possível baixar o programa. Parece que ele fica redirecionando sempre para a mesma página. Mas a Bibs conseguiu encontrar e instalar pela Windows Store.

Recuva

Com o software funcionando, conectamos o SSD em um case externo e plugamos na USB do notebook alternativo. E mandamos o Recuva trabalhar. O tempo aproximado para finalização era de 15 horas. Logo de cara ele relatou que encontrou 25 arquivos. Ao longo do dia todo ficamos acompanhando o andamento que se arrastava. Já era de madrugada quando terminou. A Bibs acordou no meio da noite para conferir o resultado. Ao longo de todo o processo, nenhum arquivo mais tinha aparecido como encontrado. E para a nossa surpresa, ao finalizar, o resultado foi zero arquivos. Nada foi encontrado ou recuperado. Não sei o que houve ou mesmo o que eram os tais 25 arquivos que o Recuva disse ter achado no início da varredura.

Na manhã de domingo, conversamos sobre a situação. Eu estava pensando em tentar algum outro software de recuperação. Existem tantas alternativas, embora nenhuma seja garantida. No vídeo do Miguel há diversos comentários e relatos de pessoas que tiveram sucesso – não só com o Recuva – mas com outros softwares, embora também tenha pessoas que dizem não ter conseguido encontrar nada. Diante do cenário, decidimos aceitar que os arquivos estavam perdidos. A Bibs precisava trabalhar. Não poderia ficar esperando mais 15 horas por quem sabe o mesmo resultado. Coloquei o SSD de volta no computador original e mandei ligar. Mas quem disse que o Windows inicializou?

Naquele momento percebi que agora tínhamos outro problema. A instalação do Windows estava corrompida. Sinceramente, não entendi o que houve. O fato de ter colocado o SSD como disco externo em outro computador corrompeu o Windows. Minhas habilidades de técnico em informática estão enferrujadas. Não lembrava mais os comandos para reparação e nem sei se o que eu utilizava na época do Windows 7 funciona ainda para Windows 11, já que a reparação automática do sistema não funcionou. Pesquisei e encontrei alguns artigos sugerindo comandos como "sfc /scannow", "BOOTREC /FIXMBR", "BOOTREC /FIXBOOT" e BOOTREC /RebuildBcd. Executei cada um deles, mas nada disso funcionou.

Comandos para recuperação do Windows
 
Poderia ter continuado tentando alternativas, mas decidi não correr o risco de perder mais tempo e resolvi reinstalar todo o Windows. Começar literalmente do zero. E foi o que fizemos. Instalação "zerada" sem nenhum arquivo. Foi como se o computador tivesse sido tirado da caixa. E tudo isso só porque ela queria formatar um pendrive.